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Portos do Continente resistiram em janeiro, com queda ligeira de 0,2%

Os portos do Continente movimentaram 7,46 milhões de toneladas no primeiro mês de 2021, com o petróleo e os produtos petrolíferos em queda e a carga contentorizada em alta. O porto de Sines lidera, com uma quota de 56,5%, enquanto o porto de Lisboa continua a recuar.

Os portos do Continente movimentam 7,47 milhões de toneladas de carga em janeiro de 2021, o que se traduziu por uma ligeira queda de 0,2%, 15,9 mil toneladas, face ao período homólogo do ano passado.

 

 

Segundo dados divulgados pela AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, enquanto o petróleo bruto e os produtos petrolíferos registaram quebras de 40,3% (menos 574,5 mil toneladas) e de 8,3% (menos 142,9 mil toneladas), respetivamente, a carga contentorizada registou um acréscimo de 546,4 mil toneladas, uma subida de 22,3% em comparação com o período homólogo.

 

 

 

“Os portos do Continente registaram em janeiro de 2021 um volume total de carga de 7,47 milhões de toneladas, uma quebra de 15,9 mil toneladas face a janeiro de 2020, correspondente a um ligeiro recuo de 0,2%. Estas quebras são explicadas maioritariamente pelo confronto da carga contentorizada com um registo positivo traduzido por um acréscimo de 546,4 mil toneladas, correspondente a mais 22,3%, e do petróleo Bruto, com um registo negativo traduzido por um decréscimo de 574,5 mil toneladas, correspondente a menos 40,3%. Quanto aos restantes mercados, o impacto não foi tão significativo, destacando-se os produtos petrolíferos que registaram um decréscimo de menos 142,9 mil toneladas (-8,3%)”, resume um comunicado da AMT.

 

 

 

O órgão regulador do sector dos  transportes sublinha que “os únicos mercados que registaram um comportamento negativo no mês de janeiro de 2021 foram os mercados energéticos, do carvão, do petróleo bruto e dos produtos petrolíferos, representando, no total, uma quebra de 23%”.

 

 

 

“Quanto aos mercados com comportamento positivo, merecem particular destaque os que integram a classe de carga geral que registam globalmente uma variação de 18,8%, sendo responsáveis por 49,3% do mercado total. O comportamento dos mercados de cargas determinou variações positivas em Aveiro, Setúbal, Faro e Sines, com particular destaque para este último, cujo movimento excede em 450,6 mil toneladas o observado em janeiro de 2020, traduzindo um comportamento de mais 11,9%. Os portos de Aveiro e de Setúbal também merecem o devido destaque, uma vez que o primeiro regista a melhor marca de sempre observada nos meses de janeiro, excedendo o volume homólogo de 2020 em mais 67,9 mil toneladas (+14,2%), e o segundo que observa um acréscimo de mais 54,9 mil toneladas (+12,4%)”, adianta o comunicado da AMT.

 

 

 

O referido documento acrescenta que, “à semelhança do ocorrido no período homólogo e sem prejuízo da variabilidade mensal da atividade portuária e estarmos em presença de um único mês, volta a observar-se o posicionamento do porto de Aveiro no quarto lugar da movimentação de mercadorias ultrapassando, assim, o porto de Setúbal”.

 

 

 

“Dos portos que apresentam um comportamento negativo, é de destacar o porto de Leixões, que, fortemente penalizado por não realizar qualquer operação de desembarque de petróleo bruto e ver reduzido o movimento de produtos petrolíferos, regista uma diminuição de 559,6 mil toneladas, ou seja, menos 31,2%, comparativamente ao período homólogo. Quanto ao volume da diminuição da tonelagem de carga movimentada, segue-se o porto da Figueira da Foz com menos 18,9 mil toneladas (-11,3%) e Lisboa com menos 11,6 mil toneladas (-1,5%)”, assinala a entidade presidida por João Carvalho.

 

 

 

De acordo com a AMT, “o movimento de carga efetuado no ecossistema portuário do Continente no mês de janeiro de 2021 confere a Sines a liderança do mercado de movimentação de carga em termos de tonelagem, com uma quota maioritária absoluta de 56,5%, a mais elevada de sempre nos meses homólogos, superior em 6,1 pontos percentuais à que detinha no mês homólogo de 2020 e ainda superior em 0,5 pontos percentuais ao seu valor máximo anterior, registado em 2017”.

 

 

 

“O porto de Leixões surge na segunda posição, com uma quota de 16,5%, inferior em 7,4 pontos percentuais à homóloga do ano anterior, sendo seguido sucessivamente por Lisboa, que recua 0,1 pontos percentuais para 10,5%; por Aveiro, que aumenta 0,9 pontos percentuais para 7,3%, atingindo a sua quota mais elevada de sempre; por Setúbal, que aumenta 0,7 pontos percentuais para 6,6%; e pela Figueira da Foz, que perde 0,2 pontos percentuais para 2%. Viana do Castelo e Faro representam, respetivamente, 0,4% e 0,1% do total, enquanto Portimão não registou qualquer movimento de carga”, esclarece a AMT.

 

No segmento dos contentores, “constata-se que o movimento efetuado em janeiro de 2021 traduz um acréscimo de mais 37,5 mil TEU [medida padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento] face ao mesmo mês de 2020, correspondente a mais 17,1%, por forte influência do porto de Sines cujo movimento aumentou 38,1 mil TEU, refletindo um acréscimo de 30,9%, para um volume que representou 62,7% do total”.

 

 

 

“O desempenho de Sines foi, em termos relativos, acompanhado de perto por Setúbal e Figueira da Foz que, apesar de terem dimensões distintas e comparativamente menos significativas, registaram acréscimos respetivos de 29,9% e de 32%, traduzido por mais 2,85 mil TEU e mais 454 TEU”, precisa o comunicado da AMT.

 

 

 

O órgão regulador dos transportes observa ainda que “o impacto induzido por estes portos foi atenuado pelo registo positivo de Leixões de +0,1% (mais 61 TEU) e contrariado pelo registo negativo de Lisboa, de menos 12,9%, correspondente a quase menos quatro mil TEU”.

 

 

 

“A quota atingida por Sines (62,7%) neste mês é a mais elevada de sempre apurada nos meses de janeiro, excedendo em 6,6 pontos percentuais a homóloga de 2020 e em 0,4 pontos percentuais a anterior máxima, apurada em 2017. O porto de Leixões segue na segunda posição com uma quota de 21,3% (-3,6 pontos percentuais), depois Lisboa, com 10,5% (-3,6 pontos percentuais), Setúbal com 4,8% (+0,5 pontos percentuais) e, finalmente, a Figueira da Foz, com uma quota residual de 0,7%”, refere o mesmo comunicado.

 

 

 

A AMT revela ainda que, “relativamente ao movimento dos navios, durante o primeiro mês de 2021, os portos comerciais do Continente observaram um recuo de 66 escalas (-7,6%) comparativamente a janeiro de 2020, para um total de 802, nas várias tipologias e independentemente da natureza das operações efetuadas aquando da sua estadia em porto. Para a redução do número de escalas contribuiu a maioria dos portos, assinalando-se como únicas exceções Aveiro e Viana do Castelo, com mais nove e mais duas escalas, respetivamente”.

 

 

 

“Por sua vez, o porto de Lisboa foi o que registou uma diminuição mais acentuada, com menos 60 navios (-30,8%) do que em janeiro de 2020, seguindo-se Douro e Leixões com menos 12 (-5,4%) e Sines com menos dois (-1,2%)”, realça a AMT.

 

 

 

O órgão regulador do sector dos transportes salienta também que “o efeito das medidas de combate à pandemia de Covid-19 se fizeram sentir, quer ao nível dos navios de carga, nomeadamente de transporte de petróleo e de produtos petrolíferos, quer ao nível dos navios de cruzeiro, que afetam em especial o porto de Lisboa”.

 

 

 

“Em termos absolutos, o mais elevado número de escalas verifica-se nos portos do Douro e Leixões, que detêm uma quota de 26,2%, seguidos de Sines com 21,1%, Lisboa com 16,8%, Setúbal com 16,2%, Aveiro com 12,5% e Figueira da Foz com 4,9%”, resume a AMT.

 

2021-03-29 09:36

Nuno Miguel Silva, O Jornal Económico