Skip to the content

Menu
Pandemia faz apenas estremecer gigantes energéticas mas sufoca pequenas empresas
26 junho Empresas

Cerca de 40% das empresas do setor energético e elétrico, a nível mundial, sofreu algum tipo de interrupção do negócio em abril de 2020, como resultado do impacto da pandemia da Covid-19, segundo apurou a mais recente pesquisa da Marsh JLT Specialty.

O estudo foi feito junto de 4500 empresas, entre as quais constam pequenas e grandes empresas, incluindo empresas do setor energético, como produtores de energia elétrica, distribuidoras e mesmo petrolíferas, petroquímicas e derivados.

A pesquisa mostra ainda que cerca de um terço (31%) das empresas de energia (petróleo, gás, petroquímica e derivados) e elétricas responderam que não experienciaram qualquer interrupção da atividade, desde que o surto surgiu como uma ameaça global.

No entanto, mais de um terço (38%) das empresas sofreu uma interrupção em abril de 2020. Por outro lado, 28% confirmou ter sido forçada a paragens, desde janeiro de 2020.

O relatório acrescenta que, apenas a partir de abril, as empresas elétricas e renováveis norte-americanas começaram a sentir efeitos de rutura. No entanto, na Europa Ocidental e em empresas petrolíferas nacionais integradas ou internacionais, as perturbações sentiram-se muito mais cedo, em janeiro de 2020.

As grandes empresas (medidas pela dimensão de produção) não sofreram grandes interrupções, enquanto que as pequenas e médias empresas foram as que sofreram um maior impacto.

Inquiridas sobre qual a duração desta interrupção considerando como início abril, a resposta mais comum é a de que demore entre 4 a 6 meses (22%), seguida de 19% que afirma que durará entre 7 a 9 meses e 13% acredita que será de 10 a 12 meses. Apenas 3% referiu que durará 3 meses ou menos.

Mais de um décimo (13%) dos inquiridos referiu que, desde o início do ano até à data, o impacto financeiro tinha excedido os 100 milhões de dólares; 10% afirmou esperar que o impacto financeiro global do ano de 2020 seja de mais de 500 milhões de dólares.

Uma pequena percentagem (3%) das empresas reportou incidentes de segurança que podem ser atribuídos ao surto, não sendo nenhum desses incidentes considerado como grave.

O que a pandemia trouxe à tona

Uma das conclusões que o relatório apresenta é a de que dois terços das empresas não esperavam que os serviços de manutenção e outros serviços de avaliação como de integridade mecânica dos ativos, condicionados pela Covid-19, fossem um fator de risco crítico, que levasse à interrupção do negócio.

Quase metade das empresas inquiridas (41%) foram impactadas pela procura do cliente. No entanto, as empresas mencionam que a capacidade dos seus principais fornecedores, para a entrega e as limitações logísticas têm maior probabilidade de os vir a impactar no futuro, embora a maior parte ainda não tenha sido afetada pelos fornecedores.

Apesar do impacto do armazenamento de matérias-primas e/ou produtos ainda não ter atingido o seu ponto máximo, foi apontado como uma das causas da interrupção com probabilidade de se tornar mais grave.

A maior parte dos operadores não esperava que questões técnicas e operacionais se tornassem causas de interrupção do negócio, o que evidencia grande capacidade de reação do sector, com os mesmos a encontrar planos alternativos de engenharia e de equipamentos.

Controlo de custos: a resposta a curto prazo

A redução temporária de custos é uma das medidas que está a ser contemplada por empresas de energia, de modo a mitigar, a curto prazo, restrições de cash-flow.

Reduções e adiamentos nos investimentos são medidas de gestão de custos planeadas e em curso, apontadas por mais de metade dos inquiridos. O adiamento de serviços de manutenção, não essenciais, é a segunda opção apontada como estratégia de redução de custos, com mais de metade das empresas a referir que, muito provavelmente, irão reduzir estes serviços no ano de 2020. A manutenção essencial está assegurada, sendo que, mais de 60% das empresas refere que este nem sequer foi um tema considerado.

A maior parte das empresas definiu cronogramas de retorno à normalidade, sendo que dois terços das empresas não consideram adiar estes planos.

Algumas organizações estão a reduzir o número de colaboradores efetivos, em funções não essenciais fora do processo de operações, embora grande parte não esteja a considerar tomar esta atitude.