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Exportações sobem 11,7% em julho e já superam níveis pré-pandemia
10 setembro Empresas
As exportações de mercadorias aumentaram 11,7% em julho, de acordo com os dados divulgados pelo INE. Já as importações subiram 21,4%, também em comparação com o mesmo mês do ano passado
As exportações de mercadorias aumentaram 11,7% em julho, para um total de 5.624 milhões de euros. Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as importações subiram 21,4%, também em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Tanto ao nível das vendas como das compras ao exterior, o destaque vai para os acréscimos na rubrica de fornecimentos industriais (+19,8% e +34,8%, respetivamente). Nas exportações, em particular, à exceção do material de transporte, houve subidas em todas as grandes categorias. Na área industrial, a rubrica que mais impressionou foi a dos produtos transformados, principalmente para Espanha.
Em termos de mercados, considerando os principais destinos dos bens portugueses, são precisamente as transações com o mercado espanhol que surgem em evidência. Em julho, cruzaram a fronteira mercadorias nacionais com um valor 10,9% superior há um ano, e entraram no país mais 15,2% de artigos espanhóis.
O INE sublinha, porém, que as variações homólogas registadas em julho “incidem sobre um mês de 2020 em que o impacto da pandemia de Covid-19 se fez sentir de forma intensa”. Fazendo então a comparação com o mês anterior (junho), os números comunicados esta manhã registam um crescimento de 9% nas exportações e de 6,5% nas importações.
Acima do nível pré-pandemia
Por outro lado, face àquela que era a performance anterior à chegada da pandemia, isto é, comparando com julho de 2019, as empresas portuguesas conseguiram vender 223 milhões de euros a mais, o que acontece pelo segundo mês consecutivo.
E fazendo as contas ao acumulado do ano, os números oficiais mostram que as empresas nacionais exportaram mais 3,1% do que nos primeiros sete meses de 2019, com as importações a ficarem 4,8% abaixo. Em relação ao que acontecia antes da pandemia, Portugal está a fornecer mais produtos industriais (+5,9%), máquinas e outros bens de capital (+9,2%) e produtos alimentares e bebidas (+10,5%).
Com as importações a aumentarem mais do que as exportações, voltou a agravar-se o défice da balança comercial de bens. O aumento foi de 662 milhões de euros face ao mês homólogo de 2020, ascendendo a 1.493 milhões de euros em julho de 2021. Excluindo combustíveis e lubrificantes, o défice atingiu 943 milhões de euros.
Têxtil supera barreira psicológica da Covid
Com base nas estatísticas do INE, a principal associação do setor têxtil e do vestuário (ATP) calculou que as exportações do setor em julho ascenderam a 553 milhões de euros, ficando assim cerca de 4% acima do registo de há dois anos, antes da pandemia. O valor acumulado para os primeiros sete meses deste ano (3.191 milhões de euros) está já ligeiramente acima (0,2%) em relação ao mesmo período de 2019.
A análise por mercados, até julho e em termos homólogos, confirma a quebra de 18% nas vendas para Espanha. Pelo contrário, França e EUA, respetivamente com um acréscimo de 57 milhões de euros (+14%) e de 46 milhões de euros (+23%), surgem em evidência entre os principais destinos. Nestes dois países, os produtos mais dinâmicos foram as roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha; e as camisolas, cardigãs, coletes e artigos semelhantes, de malha.
Componentes automóveis agonizam com falta de chips
Quem continua ainda abaixo do referencial anterior à pandemia é a indústria portuguesa de componentes para o setor automóvel. Em julho, face ao mesmo mês de 2019, as exportações caíram 10.8%. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, a quebra é de 4,6%. Desde o arranque do ano, só em fevereiro e em março as exportações ficaram acima do nível verificado em 2019.
“Estes valores menos positivos continuam a dever-se à falta de chips e componentes eletrónicos, o que tem provocado graves problemas nas cadeias de abastecimento, levando os construtores a interromperem temporariamente o trabalho. Uma situação que tem acontecido em Portugal, mas também, um pouco por todo o mundo. A este ponto negativo, junta-se ainda a situação da pandemia, que em certos países continua com níveis muito elevados, e o Brexit, que tem levado as exportações para o Reino Unido a caírem 45,4%”, explica a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel.
Dada a atual instabilidade na indústria automóvel, com problemas de abastecimento de matérias-primas e mudança de paradigma na mobilidade, a associação empresarial reforça o pedido para que “sejam criadas soluções flexíveis para as empresas de componentes automóveis, para que estas se possam adaptar aos ciclos de produção e assim responderem de uma forma mais eficaz e eficiente às flutuações das encomendas”.