Skip to the content

Menu
Empresas criadas em Portugal em 2021 aumentaram 9,6% para 41.656
27 janeiro Empresas
Em Portugal nasceram durante o ano passado 41.656 novas empresas, um crescimento de 9,6% face a 2020, mas ainda assim 15,9% abaixo de 2019, de acordo com o barómetro da Informa D&B, hoje divulgado.
"Ao longo do ano passado, a constituição de empresas mostrou-se dependente da evolução da pandemia e respetivas medidas de combate, com meses mais favoráveis entre março e julho, depois de um início de ano ainda marcado pelo confinamento", de acordo com o documento.
No entanto, "o ano termina com um sinal positivo, com a evolução trimestral a mostrar, a partir do 2.º trimestre, uma aproximação aos valores de 2019", adiantou a Informa D&B, acrescentando que "a forma desigual como a pandemia atingiu os diversos setores de atividade reflete-se de forma clara no maior ou menor vigor que o empreendedorismo está a manifestar em cada um desses setores".
Assim, "durante o ano de 2021 nasceram em Portugal 41.656 novas empresas", sendo que "este valor representa um crescimento de 9,6% face a 2020, mas ainda 15,9% abaixo de 2019, o último ano antes da pandemia, colocando o empreendedorismo em valores semelhantes aos de 2017".
De acordo com a Informa D&B, "entre todos os setores, as Atividades imobiliárias (+5,4%), as Tecnologias de informação e comunicação (+3,4%) e a Agricultura e outros recursos naturais (+1,7%) destacam-se pela vitalidade que estão a demonstrar na criação de novas empresas".
Em sentido contrário, destacou a Informa D&B, "os setores dos Serviços gerais (-26%) -- em especial os serviços turísticos --, o Alojamento e restauração (-27%) e os Transportes (-55%) mantêm no final de 2021 quedas acentuadas na criação de novas empresas face a 2019".
O barómetro revelou ainda que "em 2021 encerraram 12.900 empresas, menos 13,6% do que no período homólogo e menos 27,5% do que em 2019", de acordo com a mesma nota.
"Todos os setores registaram níveis inferiores a 2019 e apenas o setor da construção tem em 2021 mais encerramentos do que em 2020", sendo que "no mesmo período, iniciaram um processo de insolvência 1.951 empresas, o que representa uma descida de 14,1% face a 2020 e de -11,3% face a 2019", afirma.
"A esmagadora maioria dos setores de atividade encontra-se em níveis inferiores a 2019, apenas com as exceções do Alojamento e restauração (+90 novos processos) e dos Serviços Gerais (+31 novos processos)", acrescenta.
De acordo com o barómetro, em sentido inverso, encontra-se "a indústria, onde normalmente surgem mais insolvências e foi o setor que registou a maior descida, com menos 196 processos em 2021 quando comparado com 2019, com o subsetor de 'têxtil e moda' a contribuir de forma significativa para esta descida".
A consultora acredita que, "em conjunto com a criação de novas empresas, a evolução futura de encerramentos e insolvências, quer em número, quer na sua expressão setorial, vai trazer pistas importantes sobre a renovação de todo o tecido empresarial", garantindo que, "neste momento, a situação é ainda incerta, pois envolve variáveis de sinal contrário".
"Entre essas variáveis", prosseguiu a Informa D&B, "encontram-se os apoios que o Estado pôs à disposição das empresas, sejam ajudas diretas à liquidez, 'lay-offs' ou moratórias de crédito, apoios que podem não ser suficientes para sustentar algumas empresas".
Ainda assim, referiu, "é muito provável que o Estado tenha em conta esta possibilidade, pesando não apenas os riscos de desemprego, mas também o momento em que tal situação possa acontecer", destacando que "é diferente que um aumento de encerramentos e insolvências ocorra numa altura em que o tecido empresarial mostra maior dinamismo, com maior número de empresas a ser criadas e a crescer, do que num momento como o atual".
A Informa D&B analisou ainda os atrasos nos pagamentos das empresas a fornecedores, concluindo que estão "em níveis muito superiores à média europeia", sendo que "no final de 2021 a média no atraso era de 25,4 dias, um valor próximo dos 26 dias que se registava antes da pandemia".
Assim, "na totalidade do tecido empresarial, 17,3% das empresas pagam dentro dos prazos acordados com os fornecedores, cerca de dois terços pagam com um atraso até 30 dias e 7,0% registam atrasos superiores a 90 dias", concluiu.