Skip to the content

Menu
As medidas extraordinárias do governo para travar "espiral inflacionista"
11 abril Empresas
As medidas são assentes em quatro eixos.
Mariana Vieira da Silva apresenta esta segunda-feira as medidas aprovadas no primeiro Conselho de Ministros após a aprovação do programa do Governo. O Governo aprovou hoje um conjunto de diplomas que estabelecem novas medidas de emergência direcionadas à contenção do aumento dos preços energéticos e agroalimentares decorrente da situação de guerra que se vive na Ucrânia.
Com quatro objetivos principais, Mariana Vieira da Silva disse esta manhã que as medidas visam "proteger as famílias e empresas, garantir a coesão social e o crescimento económico".
Para a Ministra, só uma resposta focada poderá ser efetiva, evitando a "propagação das pressões inflacionistas", para que assim seja efetivamente capaz de proteger empresas e famílias. "Respostas desadequadas podem alimentar a espiral inflacionista e por em causa o poder de compra das famílias", disse.
O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, referiu esta segunda-feira que o AUTOvoucher vai terminar este mês, sendo substituído pela redução do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) equivalente à redução do IVA para 13%. António Mendonça Mendes diz que esta medida entrará em vigor em maio e vai-se manter em paralelo com o mecanismo de neutralidade da carga fiscal.
No Conselho de Ministros extraordinário de 8 de abril de 2022 foi aprovado o Projeto de Proposta de Lei que consagra um pacote de medidas, de natureza extraordinária e temporária, para fazer face aos efeitos decorrentes do aumento dos preços dos combustíveis.
Foi ainda aprovado o sistema de incentivos para apoiar as Indústrias Intensivas em Gás, bem como o Decreto-Lei que cria um regime excecional e temporário de compensação destinado aos profissionais da pesca pelo acréscimo de custos de produção provocada pelo conflito armado na Ucrânia.
Há ainda que referir o Decreto-Lei que estabelece medidas de apoio às famílias, trabalhadores e empresas no âmbito do conflito armado na Ucrânia, bem como a aprovação daquele que aprova medidas excecionais que visam assegurar a simplificação dos procedimentos de produção de energia a partir de fontes renováveis.
1. Combustíveis e eletricidade
No âmbito do primeiro eixo, o Governo anunciou "a redução do ISP equivalente ao que seria uma redução do IVA para 13%" e "a suspensão da taxa de carbono até junho" o que equivale a "menos cinco cêntimos por litro até junho".
2. Empresas mais afetadas
Governo vai suportar parte do aumento dos custos com gás (e flexibilizará obrigações fiscais). O segundo eixo de atuação do Governo serão os apoios à produção, vertente em que o executivo irá suportar uma parte do aumento dos custos com gás das empresas intensivas em energia.
Setor dos transportes: Gás profissional e alargamento do desconto
António Costa afirmou que também será criado "o gás profissional para abastecimento do transporte de mercadorias e alargaremos ao setor social o desconto de 30 cêntimos por litro nos combustíveis".
Medidas específicas para os setores da agricultura e pescas
"Para os setores da agricultura e pescas, destaco as seguintes medidas: A isenção temporária do IVA dos fertilizantes e das rações; e alargaremos também até ao final do ano a redução do ISP sobre o gasóleo colorido e marcado agrícola; disponibilizaremos desde já mais 18,2 milhões de euros para mitigar os custos acrescidos com a alimentação animal e fertilizantes", especificou.
3. Apoios às famílias
O terceiro eixo do novo pacote de medidas do Executivo, segundo António Costa, dirige-se às famílias vulneráveis, apoiando-as a fazer face ao acréscimo de custo dos bens essenciais. "Iremos alargar a todas as famílias titulares de prestações sociais mínimas as medidas de apoio ao preço do cabaz alimentar e das botijas de gás", salientou.
4. Transição energética
O quarto eixo, acrescentou o primeiro-ministro, pretende acelerar a transição energética, permitindo uma preparação para crises futuras, "seja por via da simplificação dos procedimentos relativos à descarbonização da indústria e à instalação de painéis solares, seja pela redução para a taxa mínima do IVA dos equipamentos elétricos que permitam menor dependência de gás por parte das famílias".